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Agora um alerta para quem pensa em comprar o imóvel. Um corretor do Rio de Janeiro é suspeito de aplicar golpes em famílias humildes que sonham com a própria casa . É, o que você acontecia aí? Quando o cliente pagava o valor combinado com o contrato e tudo registrado no cartório, bom, daí esse corretor sumia.
O sonho da casa própria. Achei que era uma facilidade pra mim sair lá, pra mim pagar a praia. Achei bom.
Poder comprar um imóvel com preço que cabe no bolso. Seria perfeito se não fosse um golpe. Você não falou que estava guardado, a pessoa queria usar, mesmo que não fosse para aquilo, para outra coisa.
E ser lesada dessa forma, né? Uma pessoa que agiu de má-fé, é bem triste. Muita revolta. Na foi uma tristeza muito grande, porque essas famílias do Rio de Janeiro denunciam Leonardo Gutenberg Faria, um corretor de imóveis suspeito de forjar a venda de casas e desaparecer com o dinheiro .
Segundo a polícia, ele praticou os crimes há mais de quatro anos e já teria roubado cerca de 500 mil reais. Ele tinha uma certeza da impunidade. Ele procurava esse perfil de pessoas mais humildes, mais simples, que tinham muito esse sonho de adquirir uma casa própria e possuíam conhecimentos limitados dessa tramitação.
O golpe começou na internet. O suspeito procurava imóveis que estavam sendo anunciados diretamente com os proprietários. Ele se apresentou como corretor e oferecia um serviço para ajudar na venda.
Assim, consigo a documentação e as chaves das casas. Voltava para a internet e refaça os anúncios. Dessa vez, com preço mais baixo e a forma de pagamento mais atrativa.
Dessa forma, logo apareciam clientes específicos em fazer uma visita. Os imóveis eram sempre vazios e o verdadeiro proprietário nunca esteve presente. O corretor pode com facilidade convencer os clientes a fecharem o negócio.
As negociações sempre começavam por mensagens. Nesta conversa, Leonardo atende um possível comprador. Essa mulher tem vergonha de mostrar o rosto e diz que foi enganada por Leonardo.
Ela afirma que o suspeito tinha pressa em concretizar as supostas vendas. Nessa mensagem ele diz, tenho essa casa boa, mas vai vender logo. Quando conseguiu fechar um acordo, Leonardo fez um contrato de compra e venda do imóvel.
Esse descreve documento uma casa no valor de 100 mil reais. O comprador pagaria uma entrada de 65 mil e o restante parcelado em 500 reais por mês. foram todas as economias do seu Manuel.
Ele vendeu uma casa que tinha no Complexo da Maré, uma região dominada pelo tráfico de drogas, para realizar o sonho de morar fora da comunidade, com mais segurança. A gente falou, bom, vamos vender isso aqui pra gente comprar outra coisa, porque amanhã ou depois pode aqui informar as coisas. Ele se aproveitou do nosso desconhecimento do que era necessário pra gente fazer um negócio.
Nos documentos entregues às vítimas, as casas eram no nome de Juliana Pereira de Andrade. A suposta proprietária só apareceu no cartório no dia em que os contratos foram assinados. Os valores de entrada foram depositados na conta dela.
Desde o início ele se apresentou como dona, que ela era cliente dele, apenas. Depois que você descobriu que eles eram casados? Depois da gente, nós mesmos, com nossos recursos, a gente ficou atrás das redes sociais e a gente descobriu que eles são casados. Tinha um relacionamento, tem mais de um filho e a gente descobriu por conta própria.
O contrato de compra e venda não tem validade legal sobre o imóvel. Ele fez questão de apresentar um falso proprietário fechar , esse negócio num cartório público que dava um ar de legitimidade à sua conduta, fazer um reconhecimento de firma num documento particular. Então a pessoa pagou o sinal e saiu com o documento.
com a autenticação do Cartola e, para ela, era uma certeza de legitimidade, de legalidade naquele ato que ela estava fazendo. Pelo menos 15 vítimas procuraram a polícia e denunciaram o corretor. As investigações apontaram crimes de estelionato, apropriação indevida e falsidade ideológica.
Os casos foram encaminhados à justiça, mas a prisão preventiva do suspeito foi negada. Isso significa que, na prática, ele responde pelos crimes em liberdade e, segundo a polícia, continua saciado e fazendo mais vítimas. A mãe de Aline é uma delas.
Viu o anúncio de um apartamento na internet, decidiu visitar o imóvel e entrou em contato com o Leonardo. Ao fechar o negócio, ela teve mais cuidado. Foi até o endereço do suposto escritório de Leonardo.
Chegando lá, viu que se tratava da sede do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro. Você acha que isso era pra dar mais um ar de legalidade? Sim, até pra dar substituição. Ele se mostrou nesse local pra gente poder fechar tudo lá dentro por ser o Cresce.
O local dele é de trabalho seguro, você entendeu? Leonardo compareceu clandestinamente nas dependências do Cresce para mostrar que o negócio era seguro. Ele é corretor de imóveis e, além disso, ele se dizia que também trabalhava num conselho e tinha, infelizmente, o mesmo nome que eu. Tem o mesmo nome que eu, Leonardo.
Então, as vítimas encontraram que poderiam fazer qualquer tipo de negócio com ele porque havia uma segurança por trás da aparência que ele apresentava. O assessor jurídico do Conselho diz ainda que processos administrativos já tiveram decisões desenvolvidas à cassação do registro profissional de Leonardo. Mas ele recorreu e o caso está sendo julgado pelo Conselho Federal de Corretores.
Enquanto isso, ele segue trabalhando. Seu Manuel e a família perderam os 65 mil reais que deram de entrada na casa. O sonho de sair da comunidade também ficou pra trás.
Hoje pagam 800 reais de aluguel pra ter onde morar. Eu tive que ser um pouco de fortaleza pra eles, porque eles ficaram muito tristes. Eu nunca vi meu pai chorar.
Eu só vi meu pai chorar quando meus irmãos morreram. E eu vi meu pai chorar. E quanto você foi o seu prejuízo ? De 85 mil.
O dinheiro que eu trabalhei, juntei muitos anos, minha vida inteira, sem nada. Algumas dicas são valiosas na hora de comprar um imóvel. O que eu sugiro? Jamais consideramos qualquer tipo de sinal, princípio de pagamento, sem ver as certificações do imóvel, as certificações dos vendedores do imóvel.
E deixar para dar o dinheiro apenas na escritura pública, na hora de fechar o negócio no cartório. Ao saber das denúncias, Leonardo ainda teria tentado coagir as vítimas. Nesse depoimento, uma pessoa afirma que ele chegou a jogar o carro em cima dela.
Nesses áudios, Leonardo tenta fazer uma vítima desistir de denunciá-lo à polícia. Você fez algum boletim de ocorrência? Você chegou a dar queixa? Porque assim, se você fez, eu vou te pagar, mas você tem que retirar a reclamação. Nós conversamos por telefone com o suspeito.
Ele afirma que tentou vender os imóveis, mas que os clientes não tiveram financiamento planejado para que a compra fosse concluída e que entregassem o dinheiro que as vítimas pagaram de entrada . Em nenhum momento foi deixado de atender alguém, em nenhum momento foi deixado de prestar algum tipo de assessoria e tentar ter o mesmo acordo. Agora, se as pessoas deixam de atender, algumas, aí fica difícil.
Sobre as casas em nome da esposa, Leonardo afirma que foram compradas para revenda. Nós comprávamos e revendíamos imóveis. Cansamos de fazer isso e fazemos até hoje.
Mas o registro de imóveis de uma das casas vendidas mostra que o imóvel não é, nem nunca esteve no nome de Juliana ou de Leonardo. As vítimas passaram com processos na justiça para reaver o valor pago ao corretor e pedem uma punição dura por tudo o que passou. O que você quer agora? Justiça.
Eu quero ele na cadeia. Eu quero o menino na cadeia. Saiba mais dicas de como não cair em golpes na hora de comprar um imóvel.
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