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  • igrpersonal
  • 23 de jul. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de ago.


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DEPOIMENTOS DE CLIENTES


A dedicação e presteza que consegui encontrar com a IGR - Assessoria não tive com outros escritórios do ramo. Recomendo os serviços desta organização em função do nível de qualidade de seu trabalho.

Angelo Scaramal Filho - Americana SP



Com uma simples ligação para a IGR - Assessoria não caí no golpe da casa própria na minha região de Ponta Grossa. A IGR me orientou e prestou o devido auxílio evitando cair no golpe imobiliário. Recomendo os serviços da IGR - Assessoria pela eficiência e dedicação.

José Almeida Castro - Ponta Grossa PR.



Conheço a IGR - Assessoria e indico seus serviços em função da competência é seriedade que não consegui encontrar em outros escritórios e serviços da área.

Adelaide Muller - Curitiba PR.



O corretor de imóveis, que me estava vendendo um terreno era um picareta que não tinha autorização para a venda do imóvel. A assistência da IGR - Assessoria foi fundamental para me livrar da fraude.

Rosana Jorquera - Campinas SP.



Todos meus negócios imobiliários são assistidos pelo Iván Gatica Ríspli. Recomendo seus serviços e assessoria pela qualidade e resultados objetivos

Luiz António Greco - Belo Horizonte MG.



Na hora que a IGR – Assessoria efetuou o levantamento de antecedentes, para confirmar a titularidade do imóvel que estava comprando na imobiliária de Araçatuba, foi descoberto que se tratava de um golpe. Afortunadamente não perdi meu dinheiro.

Manoel Gomez – Araçatuba SP.



O único escritório (e contabilista) que conseguiu elaborar corretamente a planilha de demonstração de anatocismo (juros ilegais), foi o escritório da IGR - Assessoria. Com isso foi possível a montagem de meu processo de “revisão de saldo devedor residual”

Maria do Carmo Ribeiro - Santa Maria RS.



Os serviços profissionais fornecidos pela IGR - Assessoria são de grande utilidade pela competência e qualidade.

Luiz Roberto Silva - Sumaré SP



A IGR ASSESSORIA atende os encargos de minha família faz muitos anos, se trata de serviço especializado em "Tramitações e cautelares imobiliárias" assim como encargos de natureza civil e empresarial. Recomendo os serviços IGR ASSESSORIA pela competência e seriedade demonstrado.

Marinilze Greco - Americana SP




.A “IGR ASSESSORIA” é o melhor escritório especializado em: precauções e cuidados para compra de imóveis. Não tinha ideia dos riscos que existem na hora de comprar qualquer tipo de imóvel, até que caiu uma penhora num imóvel que tinha comprado e já tinha efetuado a escritura e o registro no meu nome. Imaginei que tendo escritura registrada estava tudo resolvido mas pela normativa brasileira a coisa é bem diferente. Após ter contratado a IGR ASSESSORIA , nunca mais tive nenhum tipo de problemas nesta área.

João Silveira - São Paulo






























 
 
 

Atualizado: 29 de ago.



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Créditos > Domingo Espectacular


revisado

Golpe do Corretor no Rio de Janeiro: O Sonho da Casa Própria que Virou Pesadelo

Um alerta importante para quem está pensando em comprar um imóvel: um corretor do Rio de Janeiro é suspeito de aplicar golpes em famílias humildes que sonhavam com a casa própria. Segundo denúncias, após o pagamento do valor acordado, com contrato assinado e firma reconhecida em cartório, o corretor simplesmente desaparecia.

Muitas vítimas acreditaram estar realizando o sonho da vida: sair de comunidades violentas e morar com mais segurança. “Achei que era uma facilidade, uma chance boa. Vendi o que tinha pra realizar esse sonho”, contou seu Manoel, uma das vítimas.

De acordo com a polícia, o corretor — identificado como Leonardo Gutenberg Faria — atuava nesse esquema há mais de quatro anos e já teria desviado cerca de R$ 500 mil. O golpe era bem articulado e se aproveitava da falta de conhecimento das vítimas sobre o processo legal de compra e venda de imóveis.


Como Funcionava o Golpe

Leonardo buscava imóveis anunciados diretamente pelos proprietários na internet. Se apresentava como corretor e oferecia ajuda para vender o imóvel. Conseguia, assim, acesso à documentação e às chaves. Com esses dados em mãos, ele refazia os anúncios — dessa vez em seu nome, com preços mais baixos e condições de pagamento atrativas.

As casas anunciadas estavam sempre vazias, o que facilitava a visita de potenciais compradores sem levantar suspeitas. O verdadeiro proprietário nunca estava presente. As negociações começavam por mensagens de texto. Leonardo pressionava os clientes para fechar o negócio rapidamente. Em um dos diálogos, ele afirma: “Tenho essa casa boa, mas vai vender logo”.

Quando o cliente aceitava a proposta, ele preparava um contrato de compra e venda com valores bem definidos. Um exemplo é o de uma casa de R$ 100 mil, com entrada de R$ 65 mil e o restante parcelado em R$ 500 mensais. Esse contrato era assinado em cartório, com firma reconhecida — o que dava a falsa impressão de legalidade.


A Falsa Propriedade

Os documentos sempre apontavam uma mesma mulher como proprietária: Juliana Pereira de Andrade. Ela só aparecia no cartório no dia da assinatura do contrato. Os valores pagos pelas vítimas eram depositados diretamente em sua conta. Inicialmente, Leonardo dizia que Juliana era apenas sua cliente. Mais tarde, as vítimas descobriram, por conta própria, que os dois eram casados, tinham filhos juntos e viviam como uma família.

Apesar de os contratos terem firma reconhecida em cartório, eles não tinham validade legal sobre o imóvel, já que não havia escritura pública e nenhum registro oficial da transferência de propriedade. Segundo a polícia, Leonardo usava o cartório apenas para dar um ar de legitimidade à fraude.


Vítimas, Prejuízos e Impunidade

Pelo menos 15 pessoas já prestaram queixa. Os crimes atribuídos a Leonardo incluem estelionato, apropriação indébita e falsidade ideológica. No entanto, a justiça negou o pedido de prisão preventiva, e o suspeito responde em liberdade — e, segundo as investigações, continua aplicando golpes.

A mãe de Aline, outra vítima, também acreditou estar diante de uma negociação segura. Ela foi até o endereço informado por Leonardo, que dizia ser seu escritório. O local era, na verdade, a sede do CRECI-RJ (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). Leonardo usava o espaço clandestinamente para dar mais credibilidade ao golpe.

O assessor jurídico do CRECI informou que processos administrativos foram abertos e já houve decisões pela cassação do registro profissional de Leonardo. No entanto, ele recorreu, e o caso segue em julgamento no Conselho Federal de Corretores.

Enquanto isso, famílias como a de seu Manoel seguem sofrendo as consequências. Eles perderam os R$ 65 mil da entrada e hoje pagam R$ 800 de aluguel. “Eu nunca vi meu pai chorar. Só vi quando meus irmãos morreram. E agora, ele chorou”, desabafou uma das filhas.

Outra vítima calcula um prejuízo de R$ 85 mil: “Dinheiro que eu juntei por toda a vida”.


Coação e Ameaças

Algumas vítimas relataram que, ao saber das denúncias, Leonardo tentou coagi-las. Uma pessoa afirmou que ele chegou a jogar o carro em cima dela. Em áudios gravados, ele tenta convencer uma vítima a retirar a denúncia, dizendo que só devolveria o dinheiro se a queixa fosse retirada.


A Versão do Suspeito

Por telefone, Leonardo afirmou que tentava realizar as vendas, mas que os compradores não conseguiam o financiamento, e que, por isso, as compras não se concretizavam. Negou que tivesse deixado de prestar atendimento ou devolver valores.

Quanto às casas em nome da esposa, disse que foram adquiridas para revenda, como sempre fizeram. No entanto, registros oficiais mostram que nenhum dos imóveis está, ou esteve, no nome de Juliana ou Leonardo.


Como se Proteger

Especialistas alertam: ao comprar um imóvel, jamais entregue dinheiro de entrada sem antes verificar toda a documentação, tanto do imóvel quanto dos vendedores. O pagamento só deve ser feito na assinatura da escritura pública no cartório.


O Pedido das Vítimas

As vítimas agora lutam para reaver os valores e buscam justiça. “O que eu quero agora? Justiça. Eu quero ele na cadeia.”



Quando o Sonho Vira Pesadelo: Análise de um Golpe Imobiliário no Rio de Janeiro

Introdução

O caso do corretor Leonardo Gutenberg Faria, acusado de aplicar golpes em dezenas de famílias humildes no Rio de Janeiro, vai além de uma simples fraude. Trata-se de um retrato doloroso da vulnerabilidade social, da falta de conhecimento jurídico e da confiança depositada em quem não merece. Ao prometer a realização do sonho da casa própria, Leonardo se aproveitou da boa-fé de pessoas simples, que acabaram perdendo tudo — inclusive a confiança no sistema.

Neste artigo, analisamos as motivações do criminoso, as falhas cometidas pelas vítimas e, principalmente, as medidas que poderiam ter evitado essa tragédia financeira e emocional.


1. Motivações e Implicações do Golpe

Leonardo agiu movido por três elementos centrais: ganância, impunidade e oportunidade.

  • Ganância: O lucro fácil foi o combustível do golpe. Com um esquema bem estruturado, o corretor se aproveitava do desejo legítimo das famílias de conquistar um lar digno. Ele manipulava documentos, usava imóveis alheios e oferecia condições “imperdíveis” para atrair as vítimas.

  • Impunidade percebida: O fato de operar durante anos, com múltiplas vítimas, sem ser detido, reforça a percepção de que o criminoso acreditava que não enfrentaria consequências reais. Essa sensação de imunidade à lei é comum entre estelionatários recorrentes.

  • Oportunidade: Leonardo encontrou terreno fértil entre pessoas com pouco acesso a informação jurídica e recursos de checagem. Com contratos reconhecidos em cartório e presença em locais oficiais como o CRECI-RJ, ele criou uma aparência convincente de legalidade.

As implicações desse golpe vão além do prejuízo financeiro. As vítimas relatam traumas emocionais profundos, sensação de humilhação e, em alguns casos, desestruturação familiar. Trata-se de uma forma de violência que afeta o psicológico e compromete o futuro financeiro de famílias inteiras.


2. Falhas das Pessoas Afetadas

Embora as vítimas tenham agido com boa-fé, algumas falhas foram determinantes para que o golpe fosse bem-sucedido. É importante pontuá-las não como críticas, mas como lições valiosas:

  • Ausência de verificação documental completa: Muitas vítimas não exigiram a apresentação da matrícula atualizada do imóvel, que comprova a verdadeira titularidade. Esse é o documento fundamental para confirmar se o vendedor é de fato o proprietário.

  • Confiança excessiva em aparências: O contrato reconhecido em cartório e a presença no CRECI-RJ foram interpretados como garantias de legalidade. No entanto, o reconhecimento de firma em contrato particular não tem poder de transferir propriedade, apenas autentica assinaturas.

  • Depósito de valores antes da escritura pública: Um erro comum foi o pagamento de altos valores antes da assinatura da escritura definitiva. A entrada deveria ser dada apenas no ato da escritura, quando a transação é oficializada legalmente.

  • Falta de assessoria jurídica: Nenhuma das vítimas contratou advogado ou despachante especializado para orientar na negociação. Esse apoio, embora tenha um custo, teria evitado prejuízos incomparavelmente maiores.


3. O Que Deveria Ter Sido Feito para Evitar o Golpe

Esse tipo de golpe poderia ter sido evitado com algumas precauções fundamentais no processo de compra de imóveis. Abaixo, destacamos as medidas mais importantes:

A) Verificação da propriedade e situação do imóvel

  • Solicitar a certidão de matrícula atualizada, emitida pelo cartório de registro de imóveis. Ela informa quem é o verdadeiro dono, se há pendências judiciais, hipotecas ou outros impedimentos.

B) Conferência da regularidade do corretor

  • Consultar o número do CRECI no site oficial do Conselho Regional. Verificar se o profissional está regular e habilitado para atuar.

C) Assessoria jurídica e cautela documental

  • Contar com um advogado ou consultor imobiliário especializado é fundamental para revisar documentos, contratos e certidões.

D) Nunca pagar sinal ou entrada antes da escritura pública

  • A entrada só deve ser paga no momento da assinatura da escritura pública, com todas as partes legalmente presentes e com os documentos já conferidos.

E) Desconfie de “boas oportunidades”

  • Imóveis muito abaixo do preço de mercado ou com facilidades exageradas geralmente escondem armadilhas. Toda oferta que parece “boa demais para ser verdade” merece ser investigada com mais rigor.


Conclusão

O golpe de Leonardo Gutenberg Faria expõe não apenas a ação de um criminoso oportunista, mas também uma falha estrutural no acesso à informação, à justiça e à educação financeira e jurídica por parte da população. A responsabilidade primária é do golpista, mas a prevenção exige vigilância ativa das vítimas e mais fiscalização dos órgãos competentes.

Em tempos em que a compra da casa própria representa um marco na vida das famílias, é urgente ampliar a conscientização sobre os cuidados legais necessários nesse tipo de transação. Afinal, o sonho da casa própria não pode continuar sendo o alvo predileto de estelionatários.

 
 
 
  • igrpersonal
  • 7 de jun. de 2024
  • 8 min de leitura

Atualizado: 29 de ago.

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Balanço Geral Florianópolis



Revisado

Integra da Reportagem / Entenda este Caso


Rodrigo, Valmir e Andreia são apenas alguns dos muitos que afirmam ter sido enganados. Todos os apartamentos neste prédio estão envolvidos.

A obra, que deveria ter sido concluída, parou completamente.

O que exatamente aconteceu? Um dos compradores relata que adquiriu o apartamento com promessa de entrega em dezembro.

Quando esse mês chegou, os atrasos começaram. Como ele trabalhava em uma loja de materiais de construção, começou a controlar o que era vendido para a obra.

Notou uma diminuição no fluxo de compras, até que, em janeiro, os responsáveis simplesmente deixaram de aparecer.

Documentos comprovam pagamentos: um dos compradores mostra a quitação de R$ 110 mil, parte em cheques.

Um deles, de R$ 44 mil, tem cópia. Parte do pagamento foi feita com veículos — um dos carros foi localizado, mas o outro, não."Esse aqui foi um dos carros", mostra o comprador.

O outro já teve a documentação transferida. O advogado dele está entrando com recurso de busca e apreensão. "O carro tá rodando por aí, nos Ingleses", diz.

O carro localizado estava com o corretor que vendeu o apartamento diretamente a ele. Como ele não havia passado a documentação, preferiu esperar o término da obra.

Com o problema instaurado, procurou o corretor, que admitiu ter comprado o carro diretamente de Diego — apontado como o construtor — e devolveu o veículo, apesar de não haver documentos formais.

Mas o problema vai além de uma obra parada. Há apartamentos vendidos para três, quatro, até seis ou oito pessoas diferentes. "Isso está sendo investigado", afirma uma das vítimas.

O que era sonho virou pesadelo. O prédio, que já deveria estar pronto, é hoje apenas um esqueleto abandonado.

Os apartamentos variavam entre R$ 100 mil e R$ 240 mil. São 17 unidades no total: três no térreo, seis no primeiro andar, mais seis no segundo e as coberturas. Até agora, 42 pessoas comprovaram ter feito algum tipo de negócio envolvendo essas unidades. Os imóveis têm cerca de 80 m², dois quartos, dois banheiros, sala e cozinha.

O prejuízo já é considerado milionário. Sandro, um dos compradores, conta que se interessou pelo apartamento após ver a planta e o projeto na imobiliária JJ.

A empresa garantiu que o construtor já havia entregue três outros empreendimentos. Com essa confiança, ele iniciou a negociação diretamente com a imobiliária.

O pagamento começou já no dia seguinte: uma parte foi paga à vista, outra no mês seguinte, e o restante seria pago na entrega das chaves. Ele estima uma perda de aproximadamente R$ 50 mil — mais da metade do valor total do imóvel.Andreia, outra vítima, apresenta um documento que complica ainda mais a situação: comprou o imóvel em outubro de 2015, mesmo com a obra já embargada pela Prefeitura.

O documento mostra várias infrações, incluindo início de obra sem alvará e desacato ao embargo municipal.

A reportagem mostra o interior do prédio.

Um dos apartamentos já tem parte do acabamento: paredes com gesso, espaço de sala de jantar integrado à cozinha, varanda, banheiros e quartos com encanamento e divisórias.

No entanto, todos os andares estão na mesma situação: a obra foi completamente paralisada. Nenhum funcionário está presente no local.

O nome citado por todas as vítimas é Diego Rodrigues Vieira Veras — que aparece nos contratos como construtor.

A polícia já ouviu mais de 40 pessoas, incluindo donos de imobiliárias que também afirmam terem sido lesados.Um corretor declara: "A gente foi enganado tanto quanto os compradores. Nas outras obras, ele entregou.

Mas começou a atrasar muito. Um grupo de proprietários foi formado para discutir ações judiciais, e foi aí que descobrimos que havia venda duplicada de unidades, algo que ninguém imaginava. "Dona Gladys é uma das vítimas mais emocionadas.

Viúva, foi levada pelo filho para tentar um novo começo.

Todo o dinheiro que tinha, além do carro, foi investido no apartamento. "Era a minha casa, minha vida. Trabalhei tanto por isso… agora tudo isso aconteceu com a gente." Desiludida, ela afirma: "Só nos resta recomeçar, com a força de Deus.

Mas o problema não se limita a esse prédio. A reportagem acompanha uma outra vítima até um novo empreendimento, a menos de dois quilômetros do primeiro. O prédio tem a mesma configuração — 17 apartamentos — e relatos semelhantes de vendas múltiplas e prejuízos.

Essa placa de interdição da Prefeitura de Florianópolis não estava aqui antes, afirma um morador. Ela só apareceu de janeiro pra cá.

A obra já estava parada desde 2015, segundo documentos.

Ao questionar os responsáveis, receberam apenas o contato de um advogado, passado por Danilo — cunhado de Diego e suposto sócio. Mesmo com a placa de interdição, as negociações continuaram.

Um comprador afirma ter negociado cinco apartamentos e uma garagem em troca de dois terrenos. Mas os apartamentos que seriam dele também foram revendidos.

A polícia ainda não sabe o paradeiro dos construtores.

Enquanto isso, compradores divulgaram na internet fotos dos supostos envolvidos. Calcula-se que o número de vítimas possa ultrapassar 130 pessoas. Três construções diferentes estão sendo investigadas, todas ligadas ao mesmo grupo.





Análise do caso efetuado por nosso escritório


O Sonho Que Virou Pesadelo: Como Um Golpe Imobiliário Deixou Mais de 130 Pessoas no Prejuízo

A aquisição da casa própria é um dos maiores sonhos do brasileiro. Representa não apenas estabilidade, mas conquista, segurança, e, muitas vezes, o resultado de anos – ou mesmo décadas – de trabalho duro, economia e renúncia. Por isso, não há como medir o tamanho da frustração e da dor vivida por dezenas de famílias que investiram em um empreendimento imobiliário na região dos Ingleses, em Florianópolis, e se viram envolvidas em um verdadeiro pesadelo.

Mais de 130 pessoas afirmam terem sido vítimas de um suposto golpe, liderado por um construtor identificado como Diego Rodrigues Vieira Veras. Prometendo apartamentos modernos e bem localizados, o empreendimento foi vendido por valores que variavam entre R$ 100 mil e R$ 240 mil. O projeto inicial previa 17 apartamentos — mas 42 compradores afirmam ter realizado transações no mesmo prédio. Em outro empreendimento semelhante, a menos de dois quilômetros de distância, mais vítimas surgem. E as investigações ainda estão longe de terminar.


Como Chegamos Aqui: As Motivações Por Trás do Golpe

A motivação principal de quem aplica esse tipo de golpe é simples: dinheiro fácil. Usando a credibilidade construída em obras anteriores (que, ao que tudo indica, foram de fato entregues), o construtor conseguiu atrair novos clientes com promessas de mais um empreendimento seguro e rentável. A reputação, neste caso, foi usada como uma ferramenta de manipulação.

Além disso, o contexto imobiliário local ajudou. Florianópolis vive, há anos, uma valorização constante do mercado de imóveis, especialmente nas regiões turísticas como os Ingleses. Isso gera um apetite natural por bons negócios. Muitos compradores veem nesses empreendimentos uma oportunidade não apenas de moradia, mas também de investimento — e esse é um terreno fértil para golpistas.

O golpe também foi sofisticado: os contratos estavam formalizados, algumas unidades até chegaram a iniciar o acabamento, parte dos compradores recebeu chaves simbólicas e carros foram aceitos como forma de pagamento. Tudo isso passou a impressão de legitimidade. Enquanto isso, novas vendas continuavam a ser realizadas — inclusive de imóveis já comercializados anteriormente.

As motivações do construtor e seus supostos sócios se basearam em um esquema que, até então, vinha funcionando: vender várias vezes o mesmo imóvel, desaparecer com o dinheiro e deixar os compradores lidando com os prejuízos, a burocracia e a dor de cabeça judicial.


As Falhas das Vítimas: Quando a Confiança se Torna Vulnerabilidade

Embora as vítimas sejam, de fato, vítimas de um golpe premeditado e cruel, é preciso reconhecer que alguns erros contribuíram para o agravamento da situação.

A primeira falha comum foi a falta de verificação documental aprofundada. Muitos compradores admitiram que confiaram no histórico do construtor, na palavra de corretores e nas aparências. Poucos buscaram verificar, de forma autônoma e rigorosa, se o empreendimento possuía alvará de construção, licenciamento ambiental e registro de incorporação na matrícula do imóvel — documentos indispensáveis antes de qualquer transação.

Outro erro foi a formalização de contratos sem análise jurídica. Algumas pessoas assinaram documentos de gaveta, ou contratos de compra e venda sem a chancela de um advogado especializado em direito imobiliário. Outras firmaram acordos diretamente com o construtor ou corretor, sem envolver uma instituição financeira ou cartório para registro público.

Houve também um grau de desinformação coletiva. Diversos compradores não mantinham contato com os demais, e, mesmo diante de atrasos evidentes nas obras, continuaram fazendo pagamentos e acreditando nas justificativas apresentadas. A comunicação entre as vítimas só começou de fato quando o golpe já estava em curso.

Por fim, a confiança excessiva em corretores e imobiliárias sem exigir garantias formais e registros públicos também foi um equívoco. Em casos como esse, o profissional responsável pela intermediação deve, obrigatoriamente, alertar o comprador sobre riscos documentais e legais.


O Que Deveria Ter Sido Feito: Medidas Preventivas Que Evitariam o Golpe

A prevenção de golpes imobiliários passa, antes de tudo, por informação e cautela. Há uma série de medidas que, se tivessem sido adotadas por pelo menos parte das vítimas, poderiam ter evitado ou, ao menos, minimizado o prejuízo coletivo.

A principal delas é verificar se o empreendimento está registrado no cartório de imóveis, com matrícula individualizada para cada unidade. Sem esse registro, é ilegal comercializar imóveis na planta — e essa é uma das primeiras bandeiras vermelhas em qualquer negócio.

Outro ponto fundamental é a exigência de alvará de construção emitido pela prefeitura. No caso em questão, houve diversas autuações por início de obra sem autorização e desacato ao embargo. Esses dados estavam disponíveis publicamente — bastaria uma consulta na Secretaria Municipal de Urbanismo ou na própria prefeitura.

Além disso, é essencial que toda transação seja acompanhada por um advogado especializado em direito imobiliário. Profissionais com experiência na área saberiam identificar a ausência de documentos essenciais, cláusulas abusivas ou mesmo irregularidades no contrato de compra e venda.

Os compradores também deveriam exigir que os pagamentos fossem intermediados por uma instituição financeira, com liberação dos valores atrelada ao andamento da obra. Esse é um modelo comum em financiamentos bancários, justamente para proteger o comprador em caso de inadimplência ou paralisação do projeto.

Outro fator preventivo seria a criação de associações de compradores ou grupos de fiscalização coletiva. Em vez de esperar a entrega do imóvel, os futuros moradores poderiam se organizar desde o início, acompanhar as etapas da obra, exigir transparência do construtor e dividir informações sobre o andamento do projeto.


Um Alerta Para o Futuro

Infelizmente, golpes como este não são isolados. Eles se repetem em diferentes estados, com variações de método, mas sempre explorando o mesmo ponto fraco: a vontade legítima do brasileiro de ter um lar. Por isso, o caso ocorrido nos Ingleses deve servir como alerta e lição.

A dor das vítimas é inquestionável. Pessoas que venderam carros, investiram suas economias, assinaram contratos de boa-fé e, em alguns casos, perderam tudo. Como Dona Gladys, uma viúva que viu no apartamento a chance de recomeçar, ao lado do filho e do neto. Agora, vive com o pouco que restou e a esperança de justiça.

Mais do que indenização financeira — que pode nunca acontecer, dada a dificuldade em localizar os envolvidos e os recursos —, o que se busca é responsabilização penal. A polícia investiga a atuação de Diego e seus supostos sócios, que até agora estão foragidos. Também há possibilidade de responsabilização civil das imobiliárias e corretores envolvidos, caso se comprove negligência ou conivência.

Enquanto isso, fica a lição: no Brasil, comprar um imóvel ainda é um ato que exige muito mais do que sonho. É preciso vigilância, preparo, e, acima de tudo, consciência jurídica. Porque o que começa com a promessa de um lar pode terminar em um buraco sem fundo — financeiro e emocional.


 
 
 

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