Casal perde todas as economias em golpe de falsos corretores de imóveis
- igrpersonal
- 5 de mai. de 2024
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Atualizado: 4 de set.

Refeito em 3 Set. 25
Síntese da notícia
O Golpe da Casa Própria: A História de um Casal Vítima de Estelionatários
Comprar a casa própria é, para a maioria dos brasileiros, um dos maiores sonhos de realização pessoal. Não depender mais do aluguel, investir no que é seu e, em muitos casos, poder até gerar renda extra alugando quartos ou parte do imóvel é visto como uma conquista de toda uma vida de trabalho. Foi justamente esse sonho que motivou o casal Rivale e Enivaldo a buscar um imóvel no litoral de São Paulo. Infelizmente, a história deles terminou em frustração e prejuízo, após caírem em um golpe sofisticado, aplicado por falsos corretores e um suposto proprietário.
O sonho da casa na praia
O casal sempre desejou morar próximo ao mar. Depois de muita pesquisa, escolheram a cidade de Itanhaém, no litoral sul paulista, pela valorização da região e pela oportunidade de, além de morar, poder receber turistas e gerar renda extra alugando quartos. O imóvel parecia ideal: um terreno amplo, uma casa nos fundos, churrasqueira e espaço para futuras reformas e ampliações.
Para realizar o sonho, venderam a casa em que viviam no interior de São Paulo e reuniram todas as economias de uma vida inteira de trabalho árduo. O projeto era claro: construir alguns quartos, montar um espaço de hospedagem simples e atender turistas já na temporada de fim de ano.
O contato com os golpistas
Durante as buscas pela internet, o casal encontrou um anúncio atrativo. O contato foi feito com duas pessoas que se apresentaram como corretores de imóveis, Alana e Fernando. Ambos se mostraram atenciosos, disponíveis e sempre preocupados em passar segurança aos compradores. Pouco depois, o casal foi apresentado a Éverton, suposto dono do imóvel.
Os golpistas foram cuidadosos em criar uma narrativa convincente. Alegavam conhecer bem a burocracia imobiliária, orientavam os compradores a verificar documentos e até apresentavam certidões, contratos antigos e papéis com selos de cartório. Tudo era falso, mas a montagem era tão bem feita que transmitia confiança.
A visita ao imóvel
No dia marcado, os falsos corretores receberam Rivale e Enivaldo no imóvel em Itanhaém. Tinham as chaves, abriram cadeados e mostraram todos os cômodos, como se fossem realmente responsáveis pela negociação. A visita foi longa, detalhada, com explicações sobre cada parte da casa. Até falhas estruturais foram apontadas, com sugestões de como poderiam ser resolvidas, reforçando ainda mais a credibilidade da encenação.
Negociação e fechamento do negócio
As conversas eram diárias, com troca de mensagens, ligações e contrapropostas. Os falsos corretores demonstravam paciência e não aceitavam valores de imediato, o que aumentava a sensação de que se tratava de uma negociação séria.
Por fim, o valor de R$ 145 mil foi acordado, sendo R$ 45 mil pagos à vista. O encontro para a assinatura ocorreu em um cartório em São Paulo, reforçando a aparência de legitimidade. No local, o suposto proprietário chegou a assinar documentos, e as assinaturas receberam selo de autenticidade. Há inclusive vídeos feitos pelo casal dentro do cartório, registrando o momento.
O detalhe que entregou o golpe
Na hora do pagamento, os golpistas alegaram que o dinheiro não poderia ser depositado na conta do suposto dono, pois ele teria dívidas bancárias. Pediram que o valor fosse transferido para uma terceira pessoa, apresentada como sobrinha, Daiana Cristina Reinaldo. Apesar da desconfiança inicial, o casal aceitou, acreditando que estava apenas ajudando alguém em dificuldades.
A descoberta da farsa
Quando a mudança chegou a Itanhaém, veio o choque. Nenhuma chave servia. O verdadeiro dono da casa, acionado pelos vizinhos e pela polícia, apareceu e informou que jamais havia colocado o imóvel à venda. Rivale e Enivaldo perceberam, tarde demais, que haviam caído em um golpe bem elaborado.
A tentativa de contato com os golpistas
Após o golpe, o casal tentou contato com Alana e Fernando, mas os telefones já não atendiam. Daiana, que havia cedido a conta para receber o dinheiro, alegou que não sabia do crime e que apenas aceitou emprestar os dados porque estava desempregada e precisava de dinheiro. Em conversas, chegou a admitir arrependimento, mas os valores já haviam sido desviados.
Consequências para a família
Sem casa, sem dinheiro e com o sonho destruído, Rivale e Enivaldo passaram a viver de forma improvisada em São Paulo, com ajuda de amigos. Todo o esforço de décadas de trabalho foi perdido em uma única transação. O boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Itanhaém, mas até o momento poucas respostas foram dadas.
Reflexão final
O caso mostra como golpes imobiliários podem ser extremamente bem elaborados, envolvendo desde anúncios na internet até a participação de supostos corretores, falsos documentos e até a encenação em cartório. A dor do casal serve como alerta: na compra de imóveis, a cautela deve ser redobrada. É essencial verificar a matrícula diretamente no cartório de registro de imóveis, desconfiar de pedidos de transferência para terceiros e, sempre que possível, contar com assessoria especializada antes de concretizar qualquer negociação.
Avaliação e análise de nosso escritório
O Golpe da Casa Própria: Lições de um Sonho Transformado em Pesadelo
Comprar um imóvel é, para muitos brasileiros, o auge de uma vida inteira de esforço e sacrifício. É a conquista da independência, da estabilidade e, sobretudo, da realização de um sonho antigo: ter um lar para chamar de seu. No entanto, quando esse objetivo se mistura com falta de cautela, excesso de confiança e a astúcia de criminosos bem preparados, o resultado pode ser devastador.
Foi exatamente o que aconteceu com Rivale e Enivaldo, um casal trabalhador que reuniu todas as economias de uma vida para comprar uma casa na praia de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo. O que parecia o início de uma nova fase acabou se tornando um pesadelo, após caírem em um golpe sofisticado, que envolveu falsos corretores, documentos forjados e até uma encenação dentro de cartório.
Neste artigo, vamos analisar detalhadamente quais foram as motivações dos golpistas, as implicâncias geradas pela fraude, as falhas cometidas pelas vítimas e, principalmente, o que poderia ter sido feito para evitar um desfecho tão doloroso.
1. As motivações por trás do golpe
Todo crime tem uma motivação, e no caso dos golpes imobiliários, a principal é financeira. O setor de imóveis envolve valores altos, o que naturalmente atrai criminosos dispostos a montar esquemas complexos para obter grandes quantias em pouco tempo.
No caso de Rivale e Enivaldo, o imóvel em questão custava R$ 145 mil, valor significativo para qualquer família de classe trabalhadora. Para os estelionatários, era a oportunidade de aplicar um golpe relativamente rápido, sem a necessidade de violência física, apenas com manipulação psicológica e uso de documentos falsificados.
Além da questão financeira, há outra motivação importante: a certeza de que o sonho da casa própria fragiliza emocionalmente as vítimas. Os criminosos sabem que, quando se trata da realização de um desejo tão íntimo, muitas pessoas acabam relaxando na cautela. O entusiasmo e a pressa em concretizar o negócio abrem brechas que eles exploram com maestria.
2. As implicâncias da fraude
As consequências desse tipo de golpe vão muito além da perda material. É claro que o prejuízo financeiro foi gigantesco: todo o patrimônio acumulado pelo casal foi transferido para mãos criminosas. Mas há também implicações emocionais, sociais e até jurídicas.
Financeiras: o casal perdeu o valor integral investido, incluindo o que foi levantado com a venda da casa em que viviam no interior de São Paulo. Recomeçar do zero, em idade já avançada, é uma tarefa extremamente dura.
Emocionais: a frustração, a dor e a sensação de impotência diante da enganação causam abalo psicológico profundo. O sonho transformado em pesadelo pode gerar traumas duradouros.
Sociais: sem ter onde morar, Rivale e Enivaldo precisaram recorrer a ajuda de amigos e familiares, vivendo de forma improvisada em São Paulo. Isso afeta a autoestima e compromete a estabilidade familiar.
Jurídicas: embora um boletim de ocorrência tenha sido registrado, o caminho para responsabilizar os culpados é lento e incerto. Mesmo que os criminosos sejam punidos, dificilmente o casal terá de volta o dinheiro perdido.
Portanto, a implicância maior não está apenas na perda material, mas no impacto humano que um golpe como esse provoca.
3. As falhas cometidas pelas vítimas
É importante destacar que Rivale e Enivaldo não foram descuidados por má-fé ou desleixo. Pelo contrário: como milhões de brasileiros, eles agiram movidos pelo sonho e pela esperança. Porém, algumas falhas contribuíram para o sucesso do golpe:
Confiar apenas nos documentos apresentados pelos golpistas Os estelionatários mostraram contratos antigos, certidões e até papéis com selos de cartório. Tudo era falsificado, mas o casal não conferiu a autenticidade diretamente na fonte, ou seja, no cartório de registro de imóveis.
Aceitar a transferência para uma terceira pessoa O pagamento foi feito em nome de uma suposta sobrinha do proprietário. Essa foi uma das maiores brechas, pois em negociações sérias o dinheiro deve ser transferido diretamente para o vendedor legítimo, nunca para intermediários.
Não contratar assessoria especializada Advogados, despachantes ou empresas de assessoria imobiliária têm conhecimento técnico para identificar irregularidades. Se o casal tivesse buscado apoio, o golpe dificilmente teria se consumado.
Deixar-se levar pela empolgação O entusiasmo natural de quem está prestes a realizar o sonho da casa própria diminuiu a capacidade crítica do casal. Alguns sinais de alerta chegaram a ser percebidos — como o comportamento estranho dos supostos corretores —, mas foram minimizados diante da expectativa da conquista.
4. O que deveria ter sido feito para evitar o golpe
Se por um lado o golpe foi sofisticado, por outro ele poderia ter sido evitado com alguns cuidados básicos. Eis as principais medidas:
Verificação da matrícula no cartório de registro de imóveis Esse é o passo mais importante. A matrícula contém todo o histórico do imóvel: quem é o proprietário atual, se há pendências judiciais, dívidas ou qualquer restrição. Esse documento deve ser solicitado diretamente no cartório, nunca confiando apenas no que o vendedor apresenta.
Desconfiar de transferências para terceiros Em nenhuma hipótese um comprador deve aceitar pagar valores altos em contas que não pertençam ao verdadeiro proprietário do bem. Essa prática, por si só, já é um sinal de alerta vermelho.
Contratar assessoria especializada Uma assessoria imobiliária ou um advogado especializado em direito imobiliário tem a experiência necessária para conduzir a negociação com segurança, identificar documentos falsos e proteger o comprador contra fraudes.
Analisar o corretor de imóveis É essencial verificar se o corretor é credenciado no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis). A consulta pode ser feita online, de forma rápida. Se Rivale e Enivaldo tivessem feito essa checagem, teriam descoberto que Alana e Fernando não tinham registro.
Não tomar decisões apressadas Golpistas costumam pressionar a vítima com frases como “tem outros interessados” ou “o negócio precisa ser fechado rápido”. A pressa é inimiga da segurança. Negociações imobiliárias devem ser feitas com calma e paciência.
5. Reflexão final
O caso de Rivale e Enivaldo serve como alerta para milhares de brasileiros que sonham com a casa própria. Golpes imobiliários estão cada vez mais sofisticados, aproveitando-se da boa-fé e da falta de informação das pessoas.
Os criminosos exploram a fragilidade emocional de quem está prestes a conquistar um bem tão valioso. Usam encenações, documentos falsos e até a estrutura de cartórios para dar aparência de legalidade ao que, na prática, é uma fraude.
Por isso, é fundamental que compradores adotem uma postura preventiva: verificar tudo diretamente nas fontes oficiais, desconfiar de situações fora do padrão, contar com apoio de profissionais especializados e nunca tomar decisões precipitadas.
Infelizmente, nada poderá devolver ao casal o dinheiro perdido ou os sonhos frustrados. Mas sua história pode servir como lição valiosa para evitar que outras famílias passem pela mesma dor. A casa própria deve ser motivo de alegria e realização, nunca de lágrimas e arrependimento.




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