Corretor de imóveis, é preso no Espirito Santo após aplicar golpes
- igrpersonal
- 22 de mar. de 2024
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Atualizado: 4 de out.
Créditos do Vídeo: Publicidade Imobiliária
Incorporado 4 Out. 25
Revisado
Integra da Reportagem / Entenda este Caso
Um corretor de imóveis foi preso por aplicar golpes em idosos . Ele teria vendido imóveis utilizando documentação falsa. As informações com Cesar Campos.
O corretor foi preso em Vitória, no Espírito Santo. A suspeita é de estelionato. Sobre esse assunto que vou conversar com o doutor Cristiano Dib, delegado que conduz essa investigação .
Como vocês começaram essa investigação ? As vítimas compareceram na delegacia de polícia e relataram que vinham sendo feitas negociações sucessivas e verificou-se em um dado momento que ele utilizava documentos falsos, prometeu a construção de uma casa em um local que nem mesmo ele tinha procuração ou era proprietário desse imóvel. E a partir daí realizamos as diligências permitindo caracterizar que ele obteve uma vantagem ilícita do valor aproximada de 150 mil reais. Ele cobrou esse valor desse casal de idosos .
Sim, esse valor foi cobrado através de alguns imóveis, terrenos e também em espécie, em dinheiro. Por que ele foi preso em Vitória no Espírito Santo? Devido a outras denúncias de outras vítimas que também compareceram nessa delegacia de polícia, os inquéritos se multiplicaram. Nesse sentido , quando o investigado observou que estavam ocorrendo multiplicidade de denúncias, acredito que ele optou por sair do juízo da culpa, dificultando as atividades investigativas e até mesmo ser localizado pelas vítimas .
São esses outros inquéritos, como as investigações vão continuar? Sim, concluímos mais um recentemente, foi encaminhado para avaliação dos nossos parceiros, para o Poder Judiciário Local e o Ministério Público, que inclusive decretaram o primeiro inquérito remediado a prisão preventiva , possibilitando a sua localização no Estado do Espírito Santo. Muito obrigado pela entrevista, Cesar Campos para a MGTV 1ª edição.
Análise do caso efetuado por nosso escritório
Golpe Imobiliário em Vitória: quando a fraude atinge os mais vulneráveis
A compra de um imóvel é, para muitos brasileiros, o maior investimento da vida. Representa estabilidade, segurança e realização pessoal. Justamente por envolver grandes valores e, muitas vezes, anos de economia, o setor imobiliário também se tornou alvo de golpistas que exploram brechas legais, fragilidades emocionais e até a ingenuidade das vítimas.
Recentemente, um corretor de imóveis foi preso em Vitória, Espírito Santo, acusado de aplicar golpes sucessivos em idosos. Utilizando documentação falsa e promessas de negócios que nunca poderiam ser cumpridos, ele teria lesado várias pessoas, causando prejuízos estimados em cerca de R$ 150 mil. O caso veio à tona após denúncias de vítimas e foi conduzido pelo delegado Cristiano Dib, responsável pelas investigações.
Este episódio levanta reflexões profundas sobre três aspectos fundamentais: as motivações e implicações que levaram à fraude, as falhas cometidas pelas vítimas que facilitaram a ação criminosa e os cuidados que poderiam ter sido adotados para evitar esse desfecho.
As motivações e implicâncias que geraram a situação
O primeiro aspecto a ser analisado são as motivações do golpista e as implicâncias geradas para a sociedade.
Do lado do criminoso, a motivação é clara: obter vantagem financeira ilícita. O corretor se aproveitou de sua posição no mercado para passar credibilidade, usando documentação falsificada e promessas de construção em terrenos sobre os quais não tinha procuração ou propriedade. Em resumo, ele vendia aquilo que não lhe pertencia, em troca de valores vultosos pagos por pessoas que acreditavam estar realizando um negócio legítimo.
A escolha das vítimas também não foi aleatória. Idosos, muitas vezes menos familiarizados com detalhes burocráticos e tecnológicos, tornam-se alvos fáceis. É comum que pessoas dessa faixa etária depositem confiança em figuras que aparentam autoridade ou profissionalismo, como corretores de imóveis. Além disso, o desejo de deixar um legado patrimonial para filhos ou netos torna os idosos mais suscetíveis a propostas aparentemente vantajosas.
As implicações desse caso são graves e múltiplas:
Financeiras – O casal de idosos perdeu uma quantia significativa, que dificilmente poderá ser recuperada de imediato. Em muitos casos, economias de uma vida inteira são comprometidas.
Psicológicas – A sensação de terem sido enganados, especialmente por alguém que se apresentava como corretor, gera frustração, vergonha e desconfiança generalizada.
Sociais – Golpes como esse abalam a credibilidade do mercado imobiliário, gerando insegurança em futuros compradores. A confiança nas instituições – imobiliárias, cartórios e até no próprio Estado – é colocada em xeque.
Jurídicas – O caso deu origem a múltiplos inquéritos policiais, processos judiciais e à decretação de prisão preventiva do acusado. Isso movimenta recursos da Justiça e da polícia que poderiam estar sendo empregados em outras áreas.
As falhas cometidas pelas vítimas
É importante frisar que a maior responsabilidade recai sempre sobre o criminoso, que agiu com dolo, má-fé e planejamento. No entanto, analisar as falhas cometidas pelas vítimas é essencial para que outros não passem pela mesma situação.
A primeira falha foi a ausência de uma verificação aprofundada da documentação. O corretor utilizou documentos falsos para dar aparência de legalidade às transações. Muitas vezes, vítimas confiam apenas na palavra do intermediador e não fazem a checagem da matrícula atualizada do imóvel no cartório de registro de imóveis, o que poderia ter revelado irregularidades.
Outro ponto crítico foi a confiança excessiva depositada no corretor. Embora corretores sejam profissionais registrados no CRECI e tenham, em tese, obrigação de seguir padrões éticos, infelizmente existem casos de desvio. Os idosos, por não contarem com assessoria independente, acabaram acreditando que a palavra do corretor bastava.
Além disso, houve falta de acompanhamento jurídico especializado. Contratar um advogado ou consultor em direito imobiliário para revisar contratos e documentos pode parecer, à primeira vista, um gasto desnecessário. Mas, diante de negociações de alto valor, esse custo representa uma verdadeira blindagem contra riscos.
Por fim, outro erro foi não desconfiar de propostas fora do comum. O corretor prometeu construção de imóveis em áreas onde sequer possuía procuração ou propriedade. A promessa de facilidades e oportunidades “imperdíveis” deveria ter soado como alerta.
O que deveria ter sido feito para evitar o golpe
Casos como esse deixam lições valiosas para compradores de imóveis, sobretudo para aqueles que não estão acostumados com a burocracia do setor. Algumas medidas simples poderiam ter evitado que o casal de idosos fosse enganado.
Consulta à matrícula do imóvel A matrícula, disponível no cartório de registro de imóveis, é o documento oficial que atesta quem é o verdadeiro proprietário do bem. Uma simples certidão atualizada teria mostrado que o corretor não possuía titularidade ou autorização para negociar.
Assessoria jurídica e técnica Contar com um advogado especializado em direito imobiliário garante que todos os contratos e documentos sejam analisados sob uma ótica crítica. Esse profissional pode identificar inconsistências, cláusulas abusivas ou até documentos falsos.
Verificação da regularidade do corretor Antes de fechar negócio, é fundamental consultar o CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) para confirmar se o corretor está de fato inscrito e se possui histórico disciplinar. Essa consulta pode ser feita rapidamente pela internet.
Desconfiança saudável Promessas de facilidades, urgência na assinatura de contratos ou preços muito abaixo do mercado devem sempre levantar suspeitas. O ditado “quando a esmola é demais, o santo desconfia” aplica-se perfeitamente ao mercado imobiliário.
Pagamentos condicionados Nenhum pagamento deve ser feito antes da verificação completa da documentação e do registro efetivo da transação no cartório de imóveis. A entrega de dinheiro em espécie, como ocorreu no caso, é um risco adicional que deve ser evitado.
Educação e conscientização dos idosos Por serem frequentemente alvo de golpes, os idosos precisam ser orientados por familiares e profissionais de confiança a nunca realizarem negócios de alto valor sem acompanhamento. A participação ativa de filhos, netos ou pessoas próximas poderia ter reforçado a segurança.
Lições que ficam
O golpe em Vitória não é um caso isolado. Pelo contrário, ele se soma a uma série de episódios que vêm se multiplicando pelo Brasil, mostrando que a sofisticação das fraudes exige atenção redobrada.
Para as vítimas, restará o caminho da Justiça, que embora possa resultar em punição ao golpista e eventual recuperação parcial dos valores, dificilmente trará de volta a tranquilidade perdida. O impacto psicológico, especialmente sobre idosos, é profundo.
Para a sociedade, a lição é clara: não basta confiar na aparência de formalidade ou na figura de autoridade de um corretor. O comprador precisa ser ativo na verificação, buscar informações e adotar medidas preventivas.
Já para as instituições, fica a responsabilidade de aprimorar mecanismos de fiscalização e punição. O CRECI, por exemplo, deve atuar com rigor na cassação de registros de profissionais que agem de forma fraudulenta, protegendo o nome da profissão e, principalmente, os consumidores.
Conclusão
O caso do corretor preso em Vitória expõe, de maneira dura, a vulnerabilidade de pessoas que buscam realizar o sonho da casa própria ou de deixar um patrimônio para sua família. Mostra também que, diante da sofisticação das fraudes, apenas confiar em aparências não é suficiente.
A segurança em transações imobiliárias depende de uma combinação de fatores: compradores atentos, profissionais éticos e instituições atuantes. O episódio deve servir de alerta para que mais pessoas se conscientizem da importância da verificação documental, do acompanhamento jurídico e da desconfiança diante de situações fora do padrão.
O que deveria ser um momento de alegria e conquista não pode se transformar em frustração e perda. Evitar novos golpes é possível, desde que haja informação, cautela e responsabilidade de todos os envolvidos.




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