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  • 22 de mar. de 2024
  • 6 min de leitura

Atualizado: 4 de out.



Créditos do Vídeo: Cidade Alerta Record



Algumas pessoas acreditam que pelo fato da imobiliária ser portadora do CRECI estão isentas de problemas.

Neste caso a imobiliária descrita era devidamente registrada (no CRECI) e mesmo assim aplicou um tremendo golpe a seus clientes.

Situação similar tem acontecido em Americana e cidades vizinhas da região.



Não arrisque na hora de comprar imóveis. Antes de assinar propostas de compra, e antes de fornecer qualquer valor de sinal, entre em contato conosco. Estamos mais de 40 anos no ramo de “medidas cautelares para compra de imóveis”


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Marcelo e Rosimeire são donos de uma imobiliária muito conceituada. Mas, segundo a polícia, tudo não passa de fachada para uma rotina de golpes. Para uma das vítimas, eles venderam o imóvel à vista de uma outra vítima por 50 mil reais e não repassaram o dinheiro.


A imobiliária fechou as portas e deixou muitas dívidas. Agora já são mais de 24 ações contra a empresa. Acompanhem comigo.


O anúncio no jornal é a versão impressa de um dos maiores desejos de muitos brasileiros, o de comprar uma casa. Nossa, nem sei explicar o sonho, como que era tão grande. Porque ? Ah, porque a gente já foi criada no sítio, né? Daí a gente veio pra cidade e daí, meus filhos casando, eu ia morar lá.


para ter um lugar de plantar, uma vida mais sossegada, porque a vida da cidade é muito corrida. Só que para esse grupo, o cantinho próprio esperado para viver não foi além de pilhas e pilhas de papéis, de uma empresa de portas fechadas e de um homem que prefere se esconder. Ladrão! Ladrão! Ladrão! A causa de toda essa confusão foram os negócios conduzidos por essa imobiliária, que fica em Limeira, cidade do interior paulista.


Visualmente, não há nada que indique o tipo de estabelecimento que funcionava nesse prédio. É o endereço onde ficou a imobiliária, uma empresa com muitos anos de mercado aqui em Limeira, conhecida da clientela e com experiência, principalmente em compra e venda de chácaras e em loteamento de imóveis rurais. Só que nos últimos meses, as portas se fecharam.


Depois, as placas foram retiradas e qualquer outro elemento que remeta ao nome da empresa. Em seguida, foram os clientes, eles que ficaram na mão. A “Popular Assessoria” era um lugar onde todos eram muito bem recebidos.


Olha, uma imobiliária bonita, um pessoal que trata a gente super bem, fala bem, aliás, convence a gente mesmo. São bons de fazer negócio? Convença a gente a ter paciência com eles. Ela chamou a gente de novo pra fazer um outro contrato.


Ela falou pra gente que pagaria a gente em três vezes, se a gente aceitava. A gente aceitou, fizemos outro contrato, mas não pagou Tá esperando receber.


esperando receber ainda. Chegar aqui hoje, ver a imobiliária como está, de portas fechadas, sem placa, sem identificação, o que faz a senhora pensar? Faz pensar que a gente perdeu tudo, né? Porque, ainda quando eles estavam aí, a gente podia vir aí, sei lá, conversar, fazer alguma coisa, mas agora, tudo fechado aí, ninguém nem mais responde as mensagens da gente, a gente perdeu tudo. O Marcos começou a pagar por um terreno onde foi pretendia construir.


À vista foram 30 mil reais mais as parcelas. Estava vazio, demarcado. Ele pediu para mim dar uma olhada.


A gente marcou qual seria o lote que eu iria comprar. E aí fechamos o negócio. Voltamos na imobiliária para estar fazendo o pagamento.


Só que quando voltou ao local para dar início à construção, se deparou com o que jamais poderia imaginar. O terreno já estava murado por uma outra pessoa. As tratativas de acertos com a empresa aconteceram em outros casos, como o de Cícera, que vendeu um imóvel à empresa, mas para receber o dinheiro. Há três meses atrás, eu fui lá onde era a chácara e falei, vou procurar lá, vou ver quem comprou, se tá pagando parcelado, pra pessoa parar de pagar ele e eu pagar, porque eu preciso receber. Cheguei lá, já tinha uma casa construída na chácara, a pessoa pagou ele à vista e ele não me pagou E de lá pra cá essa enrolação, isso já fez dois anos, agora em julho. À frente das negociações ocorreram, na maioria das vezes, o casal Marcelo Rosa e Rosimeire Aparecida da Silva Rosa, os donos da empresa.


Pessoas do mal mesmo, porque em momento algum ele pensou em fazer o bem e já tinha a intenção de realmente roubar a gente. Mas há outros nomes envolvidos nos negócios suspeitos realizados aqui. A confeiteira Magali comprou uma chácara e surgiu problemas após o pagamento feito por ela.


O negócio, então, foi desfeito e a devolução do dinheiro dela veio em folhas de cheque. Aí ele se propôs a pagar em quatro vezes, que a gente estava tentando de tudo para a gente conseguir receber. Quatro vezes, deu quatro cheques de 12.500.


Aí, com o carimbo da imobiliária, trago o cheque, que foi para o banco. O primeiro já voltou, o segundo já voltou. Os cheques entregues no distrato apareceram em nome de Bruciele Alves Lourenço Souza, dona de uma conta aberta em novembro do ano passado, pouco tempo antes do início dos supostos pagamentos.


Ao ser questionado sobre as cheques por meio de um aplicativo de mensagens, ela foi direta. Escreveu, lógico que eu tenho conhecimento disso. E ao final da conversa, pontual, não devo satisfação a você, não venha com graça que você não vai se dar bem.


Eu fiquei um pouco assustado porque a gente não conhece a pessoa e a gente fica um pouco assustada. Quem seria a família por trás da empresa acusada de aplicar golpes e que gerou uma série de vítimas em Limeira? São pelo menos 24 boletins de ocorrência registrados dia após dia nesta delegacia da cidade. A dívida é estimada em 1 milhão e 300 mil reais.


Eu estava lá depondo, tinha uma outra pessoa lá fora que estava fazendo um boletim de ocorrência que comprou duas chacras dele que tinha outro dono. Fomos atrás de outros envolvidos no caso e localizamos este rapaz, mas se apresenta com outro nome. A gente está acompanhando o caso da Popular.


Você conhece a Imobiliária Popular? Sim, estou confiante. Fechou tudo. Fechou por quê? Por que essas câmeras para cá? A gente é jornalista, né? Seu nome, como é? Vinícius.


Porque ? Vinícius Souza. E eu sou Vinícius também. Ah, tá.


Diego, você não conhece? Não. A gente tava atrás do Diego, corretor. Entendo.


Agora Rosineiro, Marcelo, esses... Sumiram. Sumiram? Praticamente, não vejo mais.


Parava aí de frente. Já apareceu? Uhum. A gente está esperando o pessoal que é vítima de golpe.


Você tem conhecimento de golpe? Não. Nada? O nome Vinícius não condiz com o cadastro dele no conselho que representa as corretoras de imóveis da região. Aqui, ele é Diego Luiz de Souza, o mesmo sobrenome do proprietário da empresa.


E, para a nossa equipe, ele também nega a profissão que exerceu. Você é corretor de imóveis? Não, sou vendedor de carros. Você nunca trabalhou em uma circular? Não.


Nunca trabalhou? Não. Ele diz que não tem qualquer envolvimento com fraudes . E o rapaz, que se diz vendedor em uma loja de carros, decide pegar uma pasta e ir embora no meio do expediente.


Por mais que tenha se omitido a nossa reportagem, as vítimas o reconheceram à distância e o grupo o repreendeu enquanto tentava deixar o local. Vai correr, eu não vi tu nem, calote! Quem é que foi vender a chácara ? Você sabia que era um negócio errado! Foi você! Você sabia! Você sabia sim, você é o sobrinho dele! Você é ladrão! Ladrão! Ladrão! Ladrão! Ladrão! Ladrão! A Magali não tem dúvidas da verdadeira identidade dele. É ele, eu não tenho dúvida.


Ele também reconheceu a senhora ? Se ele me reconheceu, eu não sei, porque acho que eles trabalham com tanta gente, né? E que eu não sei se ele me conheceu, mas a gente conheceu, tanto eu como as outras pessoas que ele levou até a chácara. Estranho também ele entrar no carro e ir embora desse jeito? Então, é muito difícil. Pedimos entrevistas de Marcelo e de Rosimeire, ao advogado que defende o casal.


Por meio de nota, a defesa informou que eles não vão se manifestar e enviam uma nota. Afirma que a imobiliária quebrou e que está de portas fechadas devido à suspensão do atendimento determinado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis. A nota informa ainda que a maior parte das vítimas já possui ação em andamento no judiciário e que a empresa pretende quitar todas as pendências contratuais.


As vítimas não conseguem esquecer a forma como foram conduzidas as negociações dentro da imobiliária. Ela ficou me enrolando e me exigindo prazo desde que a certidão negativa não saia, e eu cobrando ela e ela pedindo calma, pedindo calma, e eu procurando ela e nada. Inclusive ela estava na delegacia, né, tudo lá.


E nesse imóvel não constava nada de errado pra transferência. Aí eu achei o dono da casa, o verdadeiro dono da casa, que ela me vendeu como era dela, mas não era. O que o senhor sentiu na hora que percebeu que não estava tudo certo? Ah, pra mim, do jeito que pra mim é difícil juntar o dinheiro, eu me sinto um...


Eu me sinto um bobo. A expectativa de todos eles é receber o quanto antes o que uma imobiliária a popular deve na praça. Tiraram dinheiro de pessoas que trabalham, pessoas que já trabalham uma vida inteira, que agora estavam querendo alguma coisa para ter um sossego na vida.


Tags: “imobiliárias em Limeira”; “imobiliárias em Piracicaba”; “imobiliárias em Campinas”; “despachante imobiliário”; “golpe imobiliário”; “como não cair em golpe imobiliário”;

 
 
 

Atualizado: 4 de out.



Créditos do Vídeo: Publicidade Imobiliária



Incorporado 4 Out. 25

Revisado

Integra da Reportagem / Entenda este Caso


Um corretor de imóveis foi preso por aplicar golpes em idosos . Ele teria vendido imóveis utilizando documentação falsa. As informações com Cesar Campos.


O corretor foi preso em Vitória, no Espírito Santo. A suspeita é de estelionato. Sobre esse assunto que vou conversar com o doutor Cristiano Dib, delegado que conduz essa investigação .


Como vocês começaram essa investigação ? As vítimas compareceram na delegacia de polícia e relataram que vinham sendo feitas negociações sucessivas e verificou-se em um dado momento que ele utilizava documentos falsos, prometeu a construção de uma casa em um local que nem mesmo ele tinha procuração ou era proprietário desse imóvel. E a partir daí realizamos as diligências permitindo caracterizar que ele obteve uma vantagem ilícita do valor aproximada de 150 mil reais. Ele cobrou esse valor desse casal de idosos .


Sim, esse valor foi cobrado através de alguns imóveis, terrenos e também em espécie, em dinheiro. Por que ele foi preso em Vitória no Espírito Santo? Devido a outras denúncias de outras vítimas que também compareceram nessa delegacia de polícia, os inquéritos se multiplicaram. Nesse sentido , quando o investigado observou que estavam ocorrendo multiplicidade de denúncias, acredito que ele optou por sair do juízo da culpa, dificultando as atividades investigativas e até mesmo ser localizado pelas vítimas .


São esses outros inquéritos, como as investigações vão continuar? Sim, concluímos mais um recentemente, foi encaminhado para avaliação dos nossos parceiros, para o Poder Judiciário Local e o Ministério Público, que inclusive decretaram o primeiro inquérito remediado a prisão preventiva , possibilitando a sua localização no Estado do Espírito Santo. Muito obrigado pela entrevista, Cesar Campos para a MGTV 1ª edição.





Análise do caso efetuado por nosso escritório


Golpe Imobiliário em Vitória: quando a fraude atinge os mais vulneráveis

A compra de um imóvel é, para muitos brasileiros, o maior investimento da vida. Representa estabilidade, segurança e realização pessoal. Justamente por envolver grandes valores e, muitas vezes, anos de economia, o setor imobiliário também se tornou alvo de golpistas que exploram brechas legais, fragilidades emocionais e até a ingenuidade das vítimas.

Recentemente, um corretor de imóveis foi preso em Vitória, Espírito Santo, acusado de aplicar golpes sucessivos em idosos. Utilizando documentação falsa e promessas de negócios que nunca poderiam ser cumpridos, ele teria lesado várias pessoas, causando prejuízos estimados em cerca de R$ 150 mil. O caso veio à tona após denúncias de vítimas e foi conduzido pelo delegado Cristiano Dib, responsável pelas investigações.

Este episódio levanta reflexões profundas sobre três aspectos fundamentais: as motivações e implicações que levaram à fraude, as falhas cometidas pelas vítimas que facilitaram a ação criminosa e os cuidados que poderiam ter sido adotados para evitar esse desfecho.


As motivações e implicâncias que geraram a situação

O primeiro aspecto a ser analisado são as motivações do golpista e as implicâncias geradas para a sociedade.

Do lado do criminoso, a motivação é clara: obter vantagem financeira ilícita. O corretor se aproveitou de sua posição no mercado para passar credibilidade, usando documentação falsificada e promessas de construção em terrenos sobre os quais não tinha procuração ou propriedade. Em resumo, ele vendia aquilo que não lhe pertencia, em troca de valores vultosos pagos por pessoas que acreditavam estar realizando um negócio legítimo.

A escolha das vítimas também não foi aleatória. Idosos, muitas vezes menos familiarizados com detalhes burocráticos e tecnológicos, tornam-se alvos fáceis. É comum que pessoas dessa faixa etária depositem confiança em figuras que aparentam autoridade ou profissionalismo, como corretores de imóveis. Além disso, o desejo de deixar um legado patrimonial para filhos ou netos torna os idosos mais suscetíveis a propostas aparentemente vantajosas.

As implicações desse caso são graves e múltiplas:

  1. Financeiras – O casal de idosos perdeu uma quantia significativa, que dificilmente poderá ser recuperada de imediato. Em muitos casos, economias de uma vida inteira são comprometidas.

  2. Psicológicas – A sensação de terem sido enganados, especialmente por alguém que se apresentava como corretor, gera frustração, vergonha e desconfiança generalizada.

  3. Sociais – Golpes como esse abalam a credibilidade do mercado imobiliário, gerando insegurança em futuros compradores. A confiança nas instituições – imobiliárias, cartórios e até no próprio Estado – é colocada em xeque.

  4. Jurídicas – O caso deu origem a múltiplos inquéritos policiais, processos judiciais e à decretação de prisão preventiva do acusado. Isso movimenta recursos da Justiça e da polícia que poderiam estar sendo empregados em outras áreas.


As falhas cometidas pelas vítimas

É importante frisar que a maior responsabilidade recai sempre sobre o criminoso, que agiu com dolo, má-fé e planejamento. No entanto, analisar as falhas cometidas pelas vítimas é essencial para que outros não passem pela mesma situação.

A primeira falha foi a ausência de uma verificação aprofundada da documentação. O corretor utilizou documentos falsos para dar aparência de legalidade às transações. Muitas vezes, vítimas confiam apenas na palavra do intermediador e não fazem a checagem da matrícula atualizada do imóvel no cartório de registro de imóveis, o que poderia ter revelado irregularidades.

Outro ponto crítico foi a confiança excessiva depositada no corretor. Embora corretores sejam profissionais registrados no CRECI e tenham, em tese, obrigação de seguir padrões éticos, infelizmente existem casos de desvio. Os idosos, por não contarem com assessoria independente, acabaram acreditando que a palavra do corretor bastava.

Além disso, houve falta de acompanhamento jurídico especializado. Contratar um advogado ou consultor em direito imobiliário para revisar contratos e documentos pode parecer, à primeira vista, um gasto desnecessário. Mas, diante de negociações de alto valor, esse custo representa uma verdadeira blindagem contra riscos.

Por fim, outro erro foi não desconfiar de propostas fora do comum. O corretor prometeu construção de imóveis em áreas onde sequer possuía procuração ou propriedade. A promessa de facilidades e oportunidades “imperdíveis” deveria ter soado como alerta.


O que deveria ter sido feito para evitar o golpe

Casos como esse deixam lições valiosas para compradores de imóveis, sobretudo para aqueles que não estão acostumados com a burocracia do setor. Algumas medidas simples poderiam ter evitado que o casal de idosos fosse enganado.

  1. Consulta à matrícula do imóvel A matrícula, disponível no cartório de registro de imóveis, é o documento oficial que atesta quem é o verdadeiro proprietário do bem. Uma simples certidão atualizada teria mostrado que o corretor não possuía titularidade ou autorização para negociar.

  2. Assessoria jurídica e técnica Contar com um advogado especializado em direito imobiliário garante que todos os contratos e documentos sejam analisados sob uma ótica crítica. Esse profissional pode identificar inconsistências, cláusulas abusivas ou até documentos falsos.

  3. Verificação da regularidade do corretor Antes de fechar negócio, é fundamental consultar o CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) para confirmar se o corretor está de fato inscrito e se possui histórico disciplinar. Essa consulta pode ser feita rapidamente pela internet.

  4. Desconfiança saudável Promessas de facilidades, urgência na assinatura de contratos ou preços muito abaixo do mercado devem sempre levantar suspeitas. O ditado “quando a esmola é demais, o santo desconfia” aplica-se perfeitamente ao mercado imobiliário.

  5. Pagamentos condicionados Nenhum pagamento deve ser feito antes da verificação completa da documentação e do registro efetivo da transação no cartório de imóveis. A entrega de dinheiro em espécie, como ocorreu no caso, é um risco adicional que deve ser evitado.

  6. Educação e conscientização dos idosos Por serem frequentemente alvo de golpes, os idosos precisam ser orientados por familiares e profissionais de confiança a nunca realizarem negócios de alto valor sem acompanhamento. A participação ativa de filhos, netos ou pessoas próximas poderia ter reforçado a segurança.


Lições que ficam

O golpe em Vitória não é um caso isolado. Pelo contrário, ele se soma a uma série de episódios que vêm se multiplicando pelo Brasil, mostrando que a sofisticação das fraudes exige atenção redobrada.

Para as vítimas, restará o caminho da Justiça, que embora possa resultar em punição ao golpista e eventual recuperação parcial dos valores, dificilmente trará de volta a tranquilidade perdida. O impacto psicológico, especialmente sobre idosos, é profundo.

Para a sociedade, a lição é clara: não basta confiar na aparência de formalidade ou na figura de autoridade de um corretor. O comprador precisa ser ativo na verificação, buscar informações e adotar medidas preventivas.

Já para as instituições, fica a responsabilidade de aprimorar mecanismos de fiscalização e punição. O CRECI, por exemplo, deve atuar com rigor na cassação de registros de profissionais que agem de forma fraudulenta, protegendo o nome da profissão e, principalmente, os consumidores.


Conclusão

O caso do corretor preso em Vitória expõe, de maneira dura, a vulnerabilidade de pessoas que buscam realizar o sonho da casa própria ou de deixar um patrimônio para sua família. Mostra também que, diante da sofisticação das fraudes, apenas confiar em aparências não é suficiente.

A segurança em transações imobiliárias depende de uma combinação de fatores: compradores atentos, profissionais éticos e instituições atuantes. O episódio deve servir de alerta para que mais pessoas se conscientizem da importância da verificação documental, do acompanhamento jurídico e da desconfiança diante de situações fora do padrão.

O que deveria ser um momento de alegria e conquista não pode se transformar em frustração e perda. Evitar novos golpes é possível, desde que haja informação, cautela e responsabilidade de todos os envolvidos.








 
 
 
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  • 22 de mar. de 2024
  • 7 min de leitura

Atualizado: 4 de out.


Créditos do Vídeo: Jornal da Record


Incorporado 4 Out. 25

Revisado

Integra da Reportagem / Entenda este Caso


Imobiliária em São Paulo; junto com;

cartório de notas, provocam golpe

imobiliário de R$ 200 mil


Um casal de São Paulo perdeu todo o investimento de 15 anos de economia ao comprar um terreno que, na verdade, fazia parte de um golpe.


Apesar de terem se cercado de cuidados, os compradores foram enganados por uma fraude aparentemente perfeita — mas que poderia ter sido evitada.


A esquina que deveria representar a segurança financeira da família de Johnny tornou-se motivo de trauma. Há três anos, ele comprou o terreno com o sonho de construir sua casa, mas acabou ficando apenas com um amontoado de papéis sem validade.


Seus filhos ainda perguntam pelo imóvel, sem entender a situação. “A única coisa que ela sabe é que hoje não é nosso. Era para ser o futuro dela e dele também”, relata Johnny.


O casal gastou cerca de R$ 200 mil, numa negociação intermediada por uma imobiliária. Eles afirmam que nunca haviam tomado tantos cuidados antes de fechar negócio: contrato entre as partes, certidões em dia, pagamento em cheque dentro do cartório. Ainda assim, 15 dias depois, começaram a viver um pesadelo.


A fraude foi sustentada por documentos falsos, como uma carteira de habilitação. Com ela, o estelionatário se passou pelo verdadeiro dono do terreno, abriu firma em cartório, transferiu uma propriedade que não era dele e ainda apertou a mão do comprador. “Eu fico imaginando ele saindo do cartório rindo da nossa cara, com um cheque de R$ 160 mil”, lamenta Johnny.


Para piorar, o verdadeiro proprietário do imóvel processou o casal e recuperou o terreno, deixando as vítimas ainda mais desamparadas. Johnny se defende: “O cartório diz que não conseguiria descobrir a fraude, mas então como eu posso comprar dentro de uma imobiliária e de um cartório público sem segurança nenhuma?”


O caso foi levado à Corregedoria do Tribunal de Justiça, a especialistas em negócios imobiliários e ao presidente do Conselho de Corretores de Imóveis (CRECI). Para eles, tanto a imobiliária quanto o cartório deveriam ter atuado melhor. Um especialista apontou que o documento apresentado pelo golpista já mostrava indícios claros de fraude: a foto não correspondia à idade declarada.


Além disso, a imobiliária cobrou quase três vezes o valor normal de comissão pelo negócio e nunca devolveu o dinheiro. O CRECI informou que, se confirmadas as irregularidades, o corretor responsável pode perder definitivamente o direito de atuar na profissão.


Segundo um juiz entrevistado, vítimas de golpes semelhantes podem recorrer diretamente à corregedoria do tribunal, sem necessidade de advogado, bastando registrar a reclamação para que o caso seja analisado.


Enquanto isso, Johnny e sua família vivem a incerteza. “Hoje, se um dia conseguirmos recuperar e comprar um novo imóvel, não sei de que forma vou ter confiança para fazer isso novamente”, desabafa.


Já o proprietário da imobiliária afirmou que apenas intermediou o negócio para outro corretor e apresentou defesa em um processo disciplinar no CRECI.




Análise do caso efetuado por nosso escritório


Quando o sonho vira pesadelo: o golpe do terreno e as lições deixadas

Comprar um imóvel, seja ele uma casa, apartamento ou terreno, é um dos maiores sonhos do brasileiro. Em muitos casos, é fruto de anos de trabalho, sacrifícios e economia. No entanto, esse mesmo sonho pode se transformar em um verdadeiro pesadelo quando a falta de cautela, somada a brechas nos sistemas de segurança e fiscalização, abre espaço para golpes bem elaborados. Foi exatamente isso que aconteceu com um casal de São Paulo, que após 15 anos de economia investiu tudo na compra de um terreno e acabou perdendo não apenas o bem, mas também a confiança no processo de aquisição imobiliária.

A história traz importantes reflexões sobre os riscos existentes no mercado, a necessidade de diligência por parte dos compradores e a responsabilidade de todos os atores envolvidos: corretores, imobiliárias e cartórios. Mais do que um caso isolado, trata-se de um retrato de como fragilidades no sistema podem ser exploradas e de como a falta de atenção a alguns detalhes pode custar caro.


As motivações e implicações do caso

O primeiro ponto que merece análise são as motivações que deram origem a toda essa situação. O casal tinha um objetivo legítimo: transformar anos de economia em um patrimônio sólido para a família. O terreno representava não apenas um investimento financeiro, mas sobretudo um projeto de vida, a possibilidade de construir a casa própria e garantir estabilidade para os filhos.

Por outro lado, do lado do estelionatário, havia a motivação puramente criminosa. Aproveitando-se da confiança que as pessoas depositam em instituições como imobiliárias e cartórios, ele arquitetou uma fraude sofisticada, baseada na falsificação de documentos e na usurpação da identidade do verdadeiro proprietário do imóvel. Esse tipo de golpe é conhecido justamente por sua aparência de legalidade: os papéis parecem corretos, o processo é conduzido de maneira aparentemente formal e os envolvidos se apresentam com segurança e naturalidade.

As implicações para a vítima vão muito além da perda financeira. O casal não perdeu apenas os R$ 200 mil investidos. Eles perderam tempo, paz de espírito e, principalmente, a confiança no sistema. O trauma emocional é profundo: a frustração de explicar aos filhos que o terreno “não é nosso” e a sensação de impotência diante de um esquema que, em teoria, deveria ter sido barrado por mecanismos de segurança. Além disso, eles ainda enfrentaram o constrangimento de responder a processos judiciais movidos pelo verdadeiro proprietário, como se fossem cúmplices de um crime do qual, na realidade, também foram vítimas.

Esse tipo de golpe também gera implicações sociais. Quando casos como esse vêm à tona, aumenta a desconfiança da população em relação ao mercado imobiliário e às instituições que deveriam garantir segurança jurídica. Se cartórios e imobiliárias falham, qual é a real proteção ao comprador comum? Essa pergunta ecoa não apenas entre as vítimas diretas, mas em todos aqueles que sonham em adquirir um imóvel.


As falhas cometidas pelas vítimas

Apesar de terem tomado alguns cuidados importantes, como exigir contrato, certidões e efetuar o pagamento por meio de cheque no próprio cartório, os compradores também cometeram falhas que abriram espaço para o golpe. Não se trata de culpabilizar a vítima — afinal, a maior responsabilidade recai sobre o criminoso e sobre as instituições que falharam em seu papel fiscalizador. Mas é fundamental entender os erros para que outros não passem pela mesma situação.

A principal falha foi confiar cegamente no processo, acreditando que a formalidade do cartório e a intermediação da imobiliária seriam garantias absolutas de segurança. Muitas pessoas ainda têm a ideia equivocada de que, se um negócio acontece dentro de um cartório, não há risco de fraude. Infelizmente, a realidade é outra. Documentos falsificados de alta qualidade conseguem, muitas vezes, enganar até mesmo profissionais experientes.

Outro equívoco foi não realizar uma due diligence imobiliária completa. Esse procedimento, que consiste numa investigação minuciosa da situação do imóvel e do vendedor, poderia ter revelado inconsistências. Por exemplo: ao analisar a carteira de habilitação apresentada pelo estelionatário, já havia um indício gritante de fraude — a foto não correspondia à idade indicada no documento. Um simples confronto dessas informações poderia ter levantado suspeitas antes da conclusão do negócio.

Além disso, os compradores confiaram exclusivamente na imobiliária que intermediou a transação, sem buscar uma assessoria jurídica independente. Ter um advogado ou consultor especializado em direito imobiliário acompanhando o processo poderia ter feito diferença, já que profissionais da área têm mais experiência em identificar sinais de fraude ou irregularidades.


O que deveria ter sido feito para evitar o golpe

A análise do caso revela que várias medidas poderiam ter evitado o desfecho trágico. Algumas delas dependiam das próprias vítimas; outras, das instituições envolvidas.

  1. Verificação rigorosa da identidade do vendedor O ponto central do golpe foi a apresentação de documentos falsos. Se o cartório tivesse verificado com mais cuidado a autenticidade da carteira de habilitação, confrontando a foto com a idade declarada, o estelionatário não teria conseguido registrar a transferência. Hoje, com sistemas eletrônicos de conferência, essa checagem é ainda mais viável.

  2. Pesquisa aprofundada na matrícula do imóvel A matrícula é o documento mais importante em qualquer transação imobiliária. Uma análise detalhada, feita por profissional especializado, poderia apontar inconsistências e ajudar a identificar o verdadeiro proprietário. Além disso, um contato direto com o dono registrado, antes da assinatura do contrato, seria uma etapa fundamental.

  3. Assessoria jurídica independente Contar com um advogado especializado em direito imobiliário não é custo, mas investimento em segurança. O profissional poderia ter orientado sobre cuidados adicionais, verificado a documentação de forma crítica e identificado possíveis incongruências.

  4. Desconfiança de situações fora do padrão No caso em questão, a imobiliária cobrou quase três vezes o valor da comissão normal. Esse detalhe, que pode ter passado despercebido em meio ao entusiasmo da compra, era um sinal de alerta. Em negociações imobiliárias, valores muito acima ou abaixo do mercado devem sempre despertar atenção.

  5. Fiscalização mais rígida das instituições Imobiliárias e cartórios têm responsabilidade solidária na segurança das transações. Se ambos tivessem agido com o devido zelo, o golpe não teria se concretizado. A imobiliária deveria ter conferido com mais rigor a documentação do vendedor e o cartório não poderia ter aceitado apenas um documento para a transferência de propriedade.


Lições que ficam

O caso do casal paulista é um retrato doloroso de como o sonho da casa própria pode ser manipulado por criminosos, mas também serve como alerta para todos os que pretendem realizar uma transação imobiliária. A principal lição é que confiança nunca deve substituir cautela. Por mais formal que seja o processo, é imprescindível verificar cada detalhe, questionar, desconfiar de irregularidades e, sempre que possível, contar com apoio profissional.

Também é necessário cobrar das instituições maior responsabilidade. O mercado imobiliário não pode ser um terreno fértil para fraudadores. Cartórios precisam modernizar seus sistemas de conferência de documentos, e órgãos de classe, como o CRECI, devem agir com rigor diante de condutas suspeitas de corretores e imobiliárias.

Para as vítimas, infelizmente, resta apenas a busca por reparação judicial, que pode ser demorada e incerta. Mas para quem ainda não passou por isso, conhecer casos como esse é uma oportunidade de se preparar melhor e não repetir os mesmos erros.


Conclusão

O golpe sofrido pelo casal de São Paulo mostra que nem sempre seguir os trâmites básicos de uma compra imobiliária é suficiente. A sofisticação das fraudes exige atenção redobrada, verificação minuciosa e, acima de tudo, a consciência de que todo cuidado é pouco quando se trata de patrimônio. O que estava em jogo não era apenas um terreno, mas o futuro de uma família inteira.

Evitar que histórias assim se repitam depende de uma soma de fatores: compradores mais atentos, profissionais mais responsáveis e instituições mais rigorosas. Afinal, adquirir um imóvel deve ser a realização de um sonho — e nunca a causa de um pesadelo.









 
 
 

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